Em um país onde a educação deveria ser o pilar da transformação social, o Brasil insiste em tratar seus professores como peças descartáveis. A recente decisão da Prefeitura de Campo Grande de não pagar mais a pós-graduação dos professores convocados é mais um capítulo vergonhoso na história da desvalorização do magistério. Não é apenas uma medida administrativa — é um recado claro: “Vocês não importam.”
O Professor: Pilar da Sociedade, Alvo do Descaso
O professor é aquele que forma todas as outras profissões. É quem desperta vocações, constrói pensamento crítico, e planta esperança em territórios muitas vezes esquecidos pelo poder público. No entanto, no Brasil, esse profissional é constantemente humilhado com salários baixos, estruturas precárias, jornadas exaustivas e agora, o corte de incentivos à formação continuada.
Negar o pagamento da pós-graduação é negar o direito à excelência. É impedir que o professor se atualize, se qualifique, e ofereça o melhor aos seus alunos. É, em última instância, sabotar o futuro da educação pública.
O Mundo Que Valoriza Seus Mestres
Enquanto o Brasil retrocede, países como Finlândia, Coreia do Sul e Canadá avançam porque entenderam uma verdade simples: investir no professor é investir no país.
- Finlândia: Todos os professores têm mestrado. A profissão é prestigiada e disputada, com autonomia e salários dignos.
- Coreia do Sul: O professor é tratado como autoridade intelectual. O investimento em educação é prioridade nacional.
- Canadá: Os docentes têm acesso contínuo à formação, são bem remunerados e respeitados como especialistas.
Esses países colhem os frutos: altos índices de desenvolvimento humano, inovação e cidadania ativa. O Brasil, por outro lado, insiste em colher o que planta — desrespeito, evasão escolar e desigualdade.
A Governança Que Despreza o Saber
Quando uma prefeitura decide cortar o apoio à formação de seus professores, ela revela sua visão de mundo. Trata o educador como um número, um custo, um incômodo. Essa governança não enxerga o professor como agente de transformação, mas como um funcionário qualquer, facilmente substituível.
É preciso dizer com todas as letras: isso é um erro estratégico, ético e social. É uma afronta à Constituição, que garante educação de qualidade como direito de todos. E educação de qualidade começa com professores valorizados.
Não podemos mais aceitar que decisões como essa passem despercebidas. É hora de cobrar, denunciar, mobilizar. É hora de exigir que os gestores públicos honrem o papel que assumiram: servir à população, e não sabotá-la.
A educação não é gasto — é investimento. O professor não é custo — é capital humano. E a pós-graduação não é luxo — é necessidade.
Se o Brasil quiser mudar, precisa começar por quem ensina.
Por HZanchi

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