domingo, 28 de setembro de 2025

Educação em Ruínas: A Vergonha da Desvalorização Docente


O Brasil que Vira as Costas para Seus Professores

Em um país onde a educação deveria ser o pilar da transformação social, o Brasil insiste em tratar seus professores como peças descartáveis. A recente decisão da Prefeitura de Campo Grande de não pagar mais a pós-graduação dos professores convocados é mais um capítulo vergonhoso na história da desvalorização do magistério. Não é apenas uma medida administrativa — é um recado claro: “Vocês não importam.”

O Professor: Pilar da Sociedade, Alvo do Descaso

O professor é aquele que forma todas as outras profissões. É quem desperta vocações, constrói pensamento crítico, e planta esperança em territórios muitas vezes esquecidos pelo poder público. No entanto, no Brasil, esse profissional é constantemente humilhado com salários baixos, estruturas precárias, jornadas exaustivas e agora, o corte de incentivos à formação continuada.

Negar o pagamento da pós-graduação é negar o direito à excelência. É impedir que o professor se atualize, se qualifique, e ofereça o melhor aos seus alunos. É, em última instância, sabotar o futuro da educação pública.

O Mundo Que Valoriza Seus Mestres

Enquanto o Brasil retrocede, países como Finlândia, Coreia do Sul e Canadá avançam porque entenderam uma verdade simples: investir no professor é investir no país.

- Finlândia: Todos os professores têm mestrado. A profissão é prestigiada e disputada, com autonomia e salários dignos.

- Coreia do Sul: O professor é tratado como autoridade intelectual. O investimento em educação é prioridade nacional.

- Canadá: Os docentes têm acesso contínuo à formação, são bem remunerados e respeitados como especialistas.

Esses países colhem os frutos: altos índices de desenvolvimento humano, inovação e cidadania ativa. O Brasil, por outro lado, insiste em colher o que planta — desrespeito, evasão escolar e desigualdade.

 A Governança Que Despreza o Saber

Quando uma prefeitura decide cortar o apoio à formação de seus professores, ela revela sua visão de mundo. Trata o educador como um número, um custo, um incômodo. Essa governança não enxerga o professor como agente de transformação, mas como um funcionário qualquer, facilmente substituível.

É preciso dizer com todas as letras: isso é um erro estratégico, ético e social. É uma afronta à Constituição, que garante educação de qualidade como direito de todos. E educação de qualidade começa com professores valorizados.

Não podemos mais aceitar que decisões como essa passem despercebidas. É hora de cobrar, denunciar, mobilizar. É hora de exigir que os gestores públicos honrem o papel que assumiram: servir à população, e não sabotá-la.

A educação não é gasto — é investimento. O professor não é custo — é capital humano. E a pós-graduação não é luxo — é necessidade.

Se o Brasil quiser mudar, precisa começar por quem ensina. 

Por HZanchi

domingo, 21 de setembro de 2025

Entre Espera e Histórias


Cantinho da Leitura: Esperar com Histórias, Cuidar com Cultura

Por HZanchi 

Na última quinta-feira vivi uma cena que me fez pensar sobre o poder da literatura nos espaços públicos.  Levei meu neto Davi Miguel ao Posto de Saúde do Bairro Itapoã em Ivinhema - MS e, como em tantos outros dias, a espera foi longa. Três longas horas em um ambiente silencioso, impessoal, onde o tempo parece não passar. 

Davi já impaciente com tanta demora me olhou com aquele olhar que mistura tédio e inquietação e perguntou, quase num lamento: — Vovó, vai demorar?

Numa tentativa de diminuir todo aquele tédio, sorri e disse: — Acho que seremos os próximos, meu bem.
Mas o tempo parecia brincar com nossa paciência. Já não suportando mais, ele se levantou e começou a explorar o ambiente. Foi então que avistou algumas revistas de propaganda publicitária, panfletos sobre saúde e alguns exemplares do Novo Testamento, todos dispostos sobre uma mesinha improvisada, coberta com uma toalha de TNT cor prata. Acima dela, uma folha impressa dizia: Cantinho da Leitura e da Informação.

Ele se aproximou curioso, folheando com dedos pequenos e olhos grandes. E ali, entre palavras sagradas e dicas médicas, o tempo pareceu desacelerar. A espera ganhou companhia. E eu, observando de longe, entendi que às vezes basta um gesto simples — uma mesa, uma toalha prateada, um livro — para transformar o tédio em descoberta.

Eu logo comecei a sonhar... e se entre os panfletos e os versículos, houvesse também livros literários — contos, crônicas, poesia. Obras que despertam, que acolhem, que provocam. Aquelas que não apenas informam, mas encantam. O “Cantinho da Leitura e da Informação” poderia então se tornar um verdadeiro Cantinho de Imaginação.

Porque quando a literatura ocupa espaços não escolares, ela rompe barreiras. Ela mostra que ler não é só obrigação — é prazer, é companhia, é respiro. Um neto impaciente poderia se perder nas aventuras de O Menino Maluquinho, de Ziraldo, ou nas travessuras de Marcelo, Marmelo, Martelo, de Ruth Rocha. Enquanto isso, a avó encontraria consolo nos versos delicados de José Paulo Paes, ou se emocionaria com a simplicidade poética de Cora Coralina.

E por que não um pai distraído folheando uma crônica leve de Martha Medeiros, como “Do que eu tenho saudade”, que fala com ternura sobre memórias afetivas? Ou uma jovem se encantando com os contos breves e sensíveis de Elias José, como “O menino que tinha medo de errar”, que trata com delicadeza os desafios da infância?

Talvez um adolescente descubra “O espelho”, de Machado de Assis, e se surpreenda com a ideia de identidade dividida. Ou alguém se emocione com uma crônica de Fernando Sabino, como “A última crônica”, que transforma o cotidiano em despedida poética — sem pesar, só beleza.

A sala de espera, antes lugar de ansiedade, vira território de encontros — com personagens, com emoções, com memórias. A literatura ali, disponível e acessível, transforma o tempo ocioso em tempo fértil. E sem que se perceba, nasce o leitor — não por obrigação, mas por encantamento.
A leitura literária nesses espaços humaniza, democratiza, transforma. E quem sabe, entre uma consulta e outra, nasça ali um novo leitor — por acaso, por curiosidade, por encantamento.

Esperar por atendimento não precisa ser sinônimo de tédio. Pode ser uma oportunidade de encontro com a imaginação, com o conhecimento e com o outro. Que nossos postos de saúde sejam também postos de cultura. Que o Cantinho da Leitura e da Informação seja mais do que um nome – seja um gesto de carinho com quem espera. 






sábado, 13 de setembro de 2025


E Se a Moda Pega? A Condenação de Bolsonaro e o Espelho da Responsabilização

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, sentenciado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, marca um momento histórico no Brasil. Mas mais do que um desfecho jurídico, o episódio levanta uma questão que paira no ar: e se a responsabilização se tornasse regra para todos os que ocupam cargos públicos?

Não se trata aqui de defender ou acusar. Trata-se de refletir. Porque, se a moda pega, talvez estejamos diante de uma nova era — uma em que os governantes são observados não apenas por suas promessas, mas por suas ações. Uma era em que o descuido, a corrupção, o oportunismo e a negligência deixam de ser tolerados como parte do jogo político.

O Julgamento Além do Tribunal

A política brasileira sempre foi marcada por escândalos, investigações e absolvições que muitas vezes frustram a população. Mas a condenação de um ex-presidente por tentativa de subverter a democracia é um divisor de águas. E se esse rigor se estendesse a todos os que governam? Se os que se promovem com a desgraça alheia, os que ignoram o sofrimento coletivo, os que tratam o cargo como privilégio e não como serviço fossem igualmente responsabilizados?

A pergunta não é sobre um nome. É sobre um sistema. Sobre uma cultura política que, por décadas, normalizou desvios e blindou autoridades. E agora, diante de um caso emblemático, surge a possibilidade de mudança.

Sobrará Pedra Sobre Pedra?

Se todos os que agem contra o bem público fossem julgados com o mesmo critério, o que sobraria? Ruína ou reconstrução? Talvez um pouco dos dois. Porque desconstruir estruturas viciadas é doloroso, mas necessário. E reconstruir exige mais do que leis — exige consciência coletiva, participação ativa e vontade de fazer diferente.

A condenação de Bolsonaro pode ser um marco. Mas o que virá depois depende de nós: da sociedade que observa, cobra, vota e, acima de tudo, não se cala. Se a moda pega, talvez o Brasil esteja diante de uma chance rara — a de reescrever sua história política com mais justiça, mais ética e menos impunidade. 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Mais que Presença: O Papel da Família na Educação das Crianças


🌱📚 Família e Escola: Uma Parceria que Transforma a Educação

Durante a exposição do Projeto Sementes Literárias na Escola Municipal Professor Sideney Carlos Costa no dia 11/09/2025, vivenciamos algo que vai muito além da apresentação de trabalhos escolares. Vimos crianças com os olhos brilhando, pais emocionados, e uma escola pulsando com vida. Foi um lembrete poderoso: a presença da família na vida escolar dos filhos é um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento integral da criança.

👨‍👩‍👧‍👦 A Presença que Educa

A participação familiar não se resume à presença física em eventos escolares. Ela se manifesta no interesse diário, nas conversas sobre o que foi aprendido, no incentivo às tarefas, na valorização dos pequenos avanços. Pais que acompanham a vida escolar dos filhos contribuem diretamente para:

- 📈 Melhor desempenho acadêmico

- 😊 Maior autoestima e segurança emocional

- 🤝 Desenvolvimento de habilidades sociais

- 🎯 Maior senso de responsabilidade e autonomia

Segundo estudos da Revista Educação Pública, a relação entre família e escola precisa ser de corresponsabilidade. A escola não pode assumir sozinha o papel de educar, e os pais não devem delegar totalmente essa função. Quando há diálogo e parceria, cria-se um ambiente propício para que a criança se desenvolva de forma plena.

🧠📖 O Ambiente Familiar como Espaço de Aprendizagem

O blog da Somos Educação destaca que um ambiente familiar acolhedor — com estabilidade emocional, comunicação aberta e apoio mútuo — é essencial para que a criança se sinta segura e motivada para aprender. A segurança emocional permite que ela explore ideias, enfrente desafios e construa conhecimento com prazer.

Por outro lado, ambientes familiares disfuncionais, marcados por conflitos ou ausência de apoio, podem gerar estresse e insegurança, prejudicando a concentração e o desempenho escolar.

💬 Presença que Vai Além do Evento

Durante a exposição, muitos pais estiveram presentes fisicamente — e isso foi maravilhoso. Mas também queremos reconhecer aqueles que, mesmo não podendo comparecer, são presentes todos os dias na vida escolar dos filhos. A presença se revela no cuidado, no afeto, na escuta e no incentivo constante. E essa presença silenciosa é tão poderosa quanto a que se faz visível em eventos.

🌈 Educar é Cultivar Juntos

A educação é um projeto coletivo. Quando família e escola caminham lado a lado, a criança percebe que seu esforço tem valor, que seu aprendizado importa, e que ela não está sozinha. Essa rede de apoio fortalece não apenas o desempenho escolar, mas também a formação de cidadãos mais conscientes, sensíveis e preparados para o mundo.

📌 Sempre acreditamos que juntos somos melhores.  

🌻 Que venham mais projetos, mais encontros, mais sementes lançadas com amor e colhidas com orgulho. 

Por HZanchi

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Felicidade e Seus Caminhos - Descobrindo a Ciência do Bem-Estar




🌻 Caminhos da Felicidade: Quando a Esperança é o Fio que Sustenta a Vida


Falar sobre felicidade em um mundo que tantas vezes sufoca é um ato de coragem. Escrever sobre ela, então, é quase um manifesto. Caminhos da Felicidade: Descobrindo a Ciência do Bem-Estar não nasceu da ingenuidade de quem nunca enfrentou a dor — nasceu da inquietação de quem sabe que o sofrimento existe, mas acredita que ele não precisa ser o ponto final

Entre os capítulos que compõem esta obra, há um que pulsa com urgência: a desesperança como fator de suicídio. Nele, mergulho nas profundezas da mente humana, onde o silêncio pode ser mais ensurdecedor que o grito, e onde a ausência de perspectiva se transforma em um peso insuportável. A desesperança não é falta de força — é falta de horizonte. E quando não há mais amanhã, o hoje se torna insuportável.

Mas há um fio. Um fio tênue, invisível, mas real: a esperança. Ela não resolve tudo, mas sustenta. Ela não apaga a dor, mas oferece companhia. E é sobre isso que este livro fala — sobre como reconstruir esse fio, mesmo quando ele parece rompido.

Durante o Setembro Amarelo, esse capítulo se torna ainda mais necessário. Não como alerta, mas como abraço. Como ponte entre quem sofre e quem escuta. Como ferramenta para profissionais, familiares, amigos e leitores que desejam compreender, acolher e transformar.

Este livro não promete fórmulas. Ele oferece caminhos. E cada caminho começa com uma escolha: a de continuar. A de buscar. A de acreditar que, mesmo em meio ao caos, há luz.

Se você está lendo isso, talvez esteja procurando sentido. Talvez esteja tentando entender alguém. Ou talvez esteja apenas cansado. Seja qual for o motivo, este livro é para você. Porque felicidade não é um destino — é uma construção. E você merece construir a sua. 

Por HZanchi 

domingo, 7 de setembro de 2025

Independência: Um Brasil em reflexão



Neste 7 de Setembro, mais do que comemorar, é tempo de refletir.  

A independência não é um marco distante — é uma construção diária, feita de escolhas, coragem e consciência.  

Este poema convida você a pensar o Brasil que pulsa em cada gesto. 


🇧🇷 Independência é todo dia


Não é só grito à beira do rio,  

nem espada erguida no calor do brio.  

É o saber que rompe o silêncio antigo,  

é o povo que escreve seu próprio abrigo.


É o passo firme na rua da escolha,  

a mão que planta, a voz que colhe.  

É cultura viva, não calada,  

é memória que resiste e não se apaga.


Independência é pensar com clareza,  

agir com coragem, sonhar com firmeza.  

É não se curvar à injustiça imposta,  

é fazer da esperança uma bandeira posta.


É o Brasil que pulsa em cada gesto,  

no olhar atento, no trabalho honesto.  

É o verde que brota da consciência,  

o amarelo da ética, o azul da resistência.


Não é passado, é construção,  

não é decreto, é decisão.  

Ser independente é ser inteiro,  

protagonista do próprio roteiro.


HZanchi


sábado, 6 de setembro de 2025

Encontro dos Reliqueiros de Ivinhema - MS



🚗 Memórias Sobre Rodas


Hoje estive presente no encontro dos reliqueiros de Ivinhema- MS. Entre fuscas, jeeps, opalas e kombis, não eram apenas os veículos que chamavam atenção — eram as pessoas. Os olhares, os sorrisos, os gestos de quem se aproximava de cada carro como quem reencontra um velho amigo.

Fiquei observando e pensando: o que leva alguém a gostar de antiguidades? Talvez o saudosismo melancólico, talvez a saudade. Mas acima de tudo, as lembranças. Ahhh… quantas lembranças.

O Opala antigo, igual ao que meu pai dirigia com orgulho.  

O Fiat 147, onde conheci meu primeiro namorado.  

A Kombi que levava gente de um município a outro, cheia de histórias e esperanças.  

A moto 1980, companheira de estrada e de sonhos.

Por trás de cada automóvel, há uma narrativa.  

Por trás de cada pintura restaurada, há uma memória ativada.  

Por trás de cada encontro, há reencontro.

E não era só sobre carros. Era sobre gente.  

Vi famílias inteiras reunidas em barracas improvisadas, com fogareiros acesos e cadeiras de nylon.  

Vi crianças correndo entre os veículos, ouvindo histórias que não estão nos livros.  

Vi mulheres companheiras, que estavam ali não apenas por seus maridos, mas por elas mesmas — por tudo que viveram ao lado daqueles carros, por tudo que ainda vivem.  

Vi pessoas dormindo em colchões finos, estendidos no chão de terra batida, com o céu como teto e a memória como travesseiro.

Esse evento não é apenas uma atração turística ou uma movimentação econômica para o município. É um espaço de cultura local, de pertencimento, de escuta silenciosa. É um lugar onde o tempo não é inimigo — é testemunha.

Ali, entre motores e rodas, vi pessoas revivendo partes de si.  

Vi cura. Vi memória. Vi vida.

Que encontros como esse continuem acontecendo.  

Que a cidade continue sendo palco de histórias que não se apagam.  

E que cada relíquia continue sendo ponte entre o ontem e o agora.

Porque recordar também é viver.  

HZanchi

Você Importa: Um Manifesto pela Vida em Mato Grosso do Sul


🌻 Por Helena Zanchi – Professora, Escritora e Cientista da Felicidade

Como professora e escritora em Ivinhema, vejo de perto os silêncios que habitam nossas escolas. Setembro Amarelo é mais do que uma campanha — é um convite à escuta, à empatia e à valorização da vida. Em tempos de ansiedade silenciosa e dores invisíveis, falar sobre saúde mental é um ato de coragem. E amar a vida, mesmo em meio ao caos, é um gesto revolucionário.

🕊️ Quando o silêncio pesa: o suicídio em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul ocupa uma posição preocupante no cenário nacional. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, entre 2010 e 2020, o estado registrou quase 2.500 mortes por suicídio, com destaque para jovens entre 15 e 34 anos. O método mais comum foi o enforcamento (76%).

Em comunidades indígenas, especialmente entre os povos Guarani e Kaiowá, a taxa de suicídio ultrapassa 100 por 100 mil habitantes em alguns anos — número alarmante comparado à média nacional de cerca de 6 por 100 mil. Embora Ivinhema não esteja entre os municípios com maior incidência, a cidade compartilha os desafios da região: acesso limitado à saúde mental, estigma social e falta de espaços de escuta.

🌱 Psicologia Positiva e a Ciência da Felicidade: a esperança como ferramenta

A psicologia positiva, fundada por Martin Seligman, propõe uma abordagem que vai além da doença — ela foca no florescimento humano. Seligman afirma:

“A felicidade não é ausência de sofrimento, mas a capacidade de enfrentá-lo com resiliência.”

A partir dessa base, surge a ciência da felicidade, um campo interdisciplinar que estuda os fatores que promovem bem-estar duradouro. Ela não trata a felicidade como euforia passageira, mas como um estado construído por hábitos, conexões e propósito.

Tal Ben-Shahar, um dos principais nomes da área, ensina que:

“A felicidade sustentável vem da aceitação da imperfeição, da prática da gratidão e da busca por sentido.”

Essas práticas não substituem o cuidado clínico — são caminhos paralelos que fortalecem o cuidado profissional. E podem ser aplicadas em escolas, comunidades, famílias e ambientes de trabalho:

- Reconexão com valores pessoais  

- Fortalecimento de vínculos afetivos  

- Cultivo de emoções positivas, como esperança e compaixão  

- Desenvolvimento de resiliência emocional e mental

🤝 E se a saída for o cuidado?

A prevenção do suicídio exige ação coletiva. Eis algumas estratégias eficazes:

- Educação emocional nas escolas: ensinar crianças e adolescentes a lidar com sentimentos e pedir ajuda.  

- Capacitação de agentes comunitários: líderes religiosos, professores, profissionais da saúde e até comerciantes podem ser treinados para identificar sinais de risco.  

- Espaços de escuta ativa: rodas de conversa, grupos de apoio e canais anônimos de acolhimento.  

- Políticas públicas inclusivas: garantir acesso à saúde mental, especialmente em comunidades vulneráveis.

🌻 O papel dos agentes sociais

Agentes sociais são pontes entre o sofrimento e o cuidado. Eles podem:

- Promover campanhas de valorização da vida com linguagem acessível e sensível à cultura local.  

- Articular redes de apoio entre escolas, postos de saúde e ONGs.  

- Incentivar práticas de autocuidado, espiritualidade e conexão comunitária.  

- Criar espaços seguros para escuta ativa, sem julgamento, onde o sofrimento possa ser acolhido com humanidade.

Em Ivinhema, isso pode significar mobilizar lideranças locais, fortalecer o CAPS, envolver igrejas, escolas e até pequenos empreendedores em ações de acolhimento e prevenção.

💛 Amar a vida é um ato revolucionário

Setembro Amarelo nos lembra que viver é resistir. Que todos enfrentam sombras, mas há luz. Que há saída. Que há amor.  

Falar sobre suicídio é falar sobre esperança. É construir pontes, abrir janelas, estender mãos. É dizer, com firmeza e ternura: você importa.

Se cada um de nós for um agente de escuta, de cuidado e de presença, podemos transformar dor em propósito — e salvar vidas.

Fontes consultadas:

- Secretaria Estadual de Saúde de MS – Relatório de Prevenção ao Suicídio (2021)  

- Ministério da Saúde / DATASUS – Sistema de Informações sobre Mortalidade  

- Revista Brasileira de Epidemiologia – Estudo sobre suicídio entre povos indígenas  

- Martin Seligman – Authentic Happiness (2002)  

- Mihaly Csikszentmihalyi – Flow: The Psychology of Optimal Experience (1990)  

- Tal Ben-Shahar – Happier: Learn the Secrets to Daily Joy and Lasting Fulfillment (2007)




A Boca da Terra — Uma História que Ecoa em Ivinhema

Dedicatória Dedico esta história aos guardiões da terra — os povos indígenas que, há séculos, escutam o solo, conversam com as árvores...